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CRIAÇÃO DE VALOR

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O que nos fez sair da pré-história, a evoluir de meros nômades caçadores de animais, coletadores de frutas com expectativa de vida de menos de 30 anos, e poucos milhões de pessoas no mundo, para uma sociedade atualmente com 7 bilhões de pessoas e com expectativa de vida média de mais de 70 anos?

Quanto vale esse incremento de pessoas no mundo, conjugado com o aumento de expectativa de vida por pessoa? Tente fazer uma conta de “valor adicionado”. Faça a seguinte conta: por quanto dinheiro você daria a sua vida? Ou ainda: quanto vale a vida do seu filho? O que você estaria disposto a fazer, a dar ou a pagar para salvar a vida de seu filho? Agora pegue esse número e multiplique por 7 bilhões. Esse é o valor atual da humanidade.

O que possibilitou essa tamanha criação de valor? O que nos fez dominar o do fogo, explorar a natureza para obtenção de minerais que foram derretidos para a fabricação de ferramentas, armas e utensílios? O que nos fez explorar terras, dominar a natureza, para a produção de alimentos em abundância para nossos filhos, notadamente o trigo e cereais, para o pão nosso de cada dia? O que nos fez domesticar os animais, desde bois para trabalho e carne, até as vacas para nos fornecer o leite, os cavalos para transporte e cães para guarda e caça? O que nos fez desenvolver a ciência, a matemática, a física e a arquitetura para o entendimento do mundo físico e dos materiais, nos possibilitando melhores casas, embarcações e meios de transporte? O que nos fez desenvolver a química e a medicina, que nos deram novas substâncias e remédios? O que nos levou a realizar trocas comerciais voluntárias de horas de trabalho e produção de uma pessoa pelas habilidades e produção de outra pessoa, que turbinaram ainda mais a nossa qualidade de vida? A nossa racionalidade. Racionalidade é a nossa capacidade de integrar de forma lógica a realidade que captamos com os nossos sentidos e chegarmos em conclusões corretas ou soluções para novos problemas.

Mas a maior invenção de nossa racionalidade foi a família. É no ambiente familiar, na relação estável e duradoura, entre um homem e uma mulher, que nascem os seres humanos, essas entidades dotadas de valores infinitos. É no ambiente familiar que se produz e se educa novos seres humanos de forma segura e eficiente. A família os alimenta, os protege, cuida de suas saúdes. A família precisa necessariamente pensar no futuro, guardar recursos para o futuro e assim ela originou o crédito. A família trabalha para sustentar os seus protegidos, e assim essa entidade gira a economia. A família é o ápice da racionalidade. A todo momento o pai e a mãe estão planejando, calculando, pensando, economizando, incentivando o estudo e o trabalho.

Uma família estruturada, unida, é uma célula forte, resistente ao controle externo. Uma família com unidade, identidade própria, com valores e princípios fortes, é como um organismo com anticorpos eficientes contra tiranos, ameaças externas, contra tudo o que é irracional.

Filhos bem cuidados, amados, educados por pais presentes e que encontraram na família a principal missão de suas vidas, tem mais chance de se tornarem melhores adultos.

Numa família estruturada onde os membros se amam, as drogas tem menos chance de prosperar. Uma família estruturada não é uma família milionária. Aliás, o que vem antes, (i) uma boa condição financeira para somente depois poder se estruturar uma família, ou (ii) uma família estruturada que depois irá resultar numa boa condição financeira? O que acontece antes, a família estruturada ou uma boa condição financeira? O que acontece antes, a família ou a prosperidade? Certamente a boa família precede a prosperidade.

Numa família unida, onde os filhos se espelham nos pais, amorosos, presentes e dedicados, o mal não entra.

Numa família com valores e princípios éticos fortes, onde a dedicação ao trabalho, ao estudo e que incentiva o pensamento independente, os filhos tem mais chances de crescerem, se desenvolvem e se tornarem melhores cidadãos. É na família onde temos a primeira assistência e apoio para as dificuldades da vida.

No exato momento em que um casal decide construir uma família, de corpo e alma, a mentalidade muda pra melhor. Conceitos como pensamento de longo prazo, planejamento, corte de supérfluos, poupança para o futuro, foco em aumentar a renda, gerar filhos, cuidar da saúde para ter mais longevidade, e tantas outras coisas valorosas começam a surgir.

Deveríamos acordar e dormir todos os dias pensando em como fortalecer a nossa família, como protegê-la da maldade externa, e incentivar que outras pessoas vejam nas suas famílias a benção que elas são.

Uma família é tão boa, é tão abençoada, é tão poderosa, tão sagrada, que toda pessoa, grupo ou instituição mal intencionada pensa sempre na mesma coisa: como destruir a sua família.

Por mais que um casal já seja uma família, a maior evolução se dá com a chegada dos filhos. Antes de ter filho, minha preocupação era ver qual filme legal daria pra ver no final de semana, qual série eu assistiria ou em qual barzinho eu iria. Hoje eu me preocupo que lição da escola eu tenho que reforçar com as meninas ou quais livros seriam bons para ler com elas para ajudá-las em seu desenvolvimento intelectual.

Antes de ter filho, eu ficava escolhendo para qual praia eu viajaria numa próxima oportunidade de feriadão prolongado. Hoje eu vejo qual feriadão daria para passar mais tempo com as meninas e com a família. Antes de ter filho, meu horizonte de preocupação era o ano que vem, talvez os próximos 2 anos. Hoje eu me preocupo com os próximos 15 anos, pelo menos.

Antes de ter filho, eu me preocupava com o quanto eu ganharia de bônus no trabalho. Hoje eu me preocupo com a escola delas, com o que está escrito no material escolar e quais são as boas escolas que as ajudarão a se desenvolverem ainda mais como profissionais. Antes de ter filho, investir para o futuro era secundário. Hoje é fundamental.

Antes de ter filho, eu lia Dan Brown. Depois de ser pai, eu procuro reforçar valores e princípios, com Ayn Rand, Thomas Sowell, Roger Scruton, Tolstói, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

Antes de ter filho, o objetivo era ganhar dinheiro, malhar na academia, estética. Hoje eu procuro desenvolver e aprofundar uma filosofia racional de vida e ganhar sabedoria para guiá-las enquanto eu tiver saúde. Antes de ter filho, eu era a minha primeira preocupação. Hoje são elas.

Antes de ter filho, eu não dava a mínima para a religião. Hoje eu já entendi que sem Ele eu não conseguirei enfrentar os desafios desse mundo e, portanto, preciso estudar muito. Todos os dias descubro uma palavra, uma frase, um ensinamento que me serve justamente naquilo que eu estava com dificuldade.

Ter filhos muda tudo. Se eu soubesse como seria, teria tido antes. Filhos são as pessoas que você mais vai amar no mundo, e quanto antes você as conhecer, mais tempo de vida você terá ao lado delas.